sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Treinamento em jejum ajuda ou não no emagrecimento?


Este assunto é um tanto quanto controverso. Existe uma divergência quanto à abordagem desta questão. A resposta acima é simples de ser respondida, mas o que envolve o contexto geral é mais complicado do que parece. Treinar em jejum realmente ajuda na perda de peso de um modo geral, mas alguns cuidados devem ser tomados. 

Neste texto, vamos dar uma visão geral sobre o assunto, e esclarecer pontos cruciais para o entendimento de como traçar a melhor estratégia para seu treinamento. Para começar a falar de treinamento em jejum uma pergunta deve ser respondida:


COMO MEU CORPO SUPRE A DEMANDA DE ENERGIA SE ESTOU DE JEJUM?


O corpo humano trabalha com vários sistemas de geração de energia e cada um utiliza um substrato energético diferente, o principal substrato energético utilizado por é o Carboidrato (CHO), para suprir a demanda energética de suas atividades possuímos vários estoques desse substrato, um deles é o Glicogênio muscular que é uma forma de armazenagem de carboidrato nos músculos. Quando estamos em jejum estes estoques estão com suas reservas diminuídas, forçando o corpo a buscar outras fontes e outros locais de estoque de energia, como a glicose sanguínea e hepática. Mesmo assim em jejum estes estoques também se encontram em baixa, e novamente forçam o corpo a buscar outras fontes de energia, que podem ser os estoques de gordura e fontes protéicas (músculo). 

COMO PRESERVAMOS A MASSA MAGRA E UTILIZAMOS GORDURA COMO FONTE DE ENERGIA?

Ao longo dos anos inúmeros estudos sobre o funcionamento do corpo humano em exercício tem relatado como essa interação dos substratos energéticos supre a demanda energética nas diferentes intensidades impostas ao indivíduo. Sabemos que exercícios de alta intensidade provocam adaptações incríveis ao corpo e também ocasionam a depleção do tecido protéico, em condições de jejum a proteólise se torna ainda maior. O jejum noturno com duração de 11 horas aumenta a degradação de triacilglicerol intramuscular entre 50 e 75% do Vo2max em ciclo ergômetro durante o exercício (MARQUEZI; COSTA, 2008). 

Para aumentar a degradação de gordura e preservar o glicogênio e tecido muscular, exercícios de baixa intensidade e maior duração tem mostrado melhores resultados para esta questão. 


QUALQUER PESSOA PODE REALIZAR EXERCÍCIOS EM JEJUM?

Devemos ficar atentos às seguintes questões ao entrar nesse tema, pois o jejum leva a uma diminuição da glicemia sanguínea, e esta condição pode ser prejudicial a indivíduos destreinados. Um profissional formado em educação física deve sempre ser consultado para avaliar o caso e considerar as particularidades de cada indivíduo, e caso seja identificado qualquer tipo de alteração, pode ser necessário uma equipe multidisciplinar (médico, nutricionista) para avaliar o caso. 

O mais importante é estar sempre orientado e bem informado, bem orientado pode ser uma boa estratégia a favor do emagrecimento. Mas treinar sem orientação e da maneira incorreta pode acarretar grande dano ao corpo.

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